Hoje o blog Médico Animósico tem o prazer de divulgar um dos trabalhos pioneiros realizado por nosso Veículo Físico e Médico Animósico, no planeta Terra.
Trata-se do curta-metragem, "Narciso Sombrio", realizado pelos alunos do curso de comunicação social da universidade Anhembi Morumbi, em meados do ano de 2002, quando esse senhor que vos escreve era apenas um jovem nos ídos dos seus 22 anos, rescém ingressado na universidade e já estagíario em uma produtora de vídeo que realizava programas de entretenimento, esporte e saúde, para a televisão a cabo do Brasil.
Narciso Sombrio:
Curta Metragem & Making Off
Aqueles primeiros anos do início do curso de comunicação social na Universidade Anhembi Morumbi foram memoráveis e merecem registro em nosso blog.
Nosso Veículo físico e Médico Animósico era um jovem rescém saído de sua adolescência, que havia feito supletivo para terminar o 2º grau e logo o Cursinho Med, tradicional curso preparatório feito por alunos que finalizaram o 2º grau para melhorar as suas oportunidades de ingressar em uma universidade. E assim foi feito. Mesmo sem saber muito bem como queria que fosse sua vida e sem capacidade de imaginar como deveria ser o seu futuro, a única coisa que tinha claro é que naquela idade, o melhor que eu poderia fazer era entrar em uma faculdade.
Meu desejo a princípio era cursar a faculdade de Cinema na Faap, mas o alto valor das mensalidades que deveriam ser pagas durante os próximos 04 anos realmente me fizeram desistir e optar pelo curso de Rádio e TV na Universidade Anhembi Morumbi, que ao contrário da Faap que ficava na Vila Boim, abaixo do Pacaembu, rodeado de mansões e frequentado pela nata da classe média burguesa branca dos bairros nobres da cidade, tinha seu campus digamos na entrada do que seria e é a té ahoje, a imensa perifieria da Zona Leste.
O Curso de Rádio e TV, logo seria trocado pelo curso de jornalismo, que eu frequentaria até o 4º ano, acumulando dependências que jamais permitiram conquistar o diploma, ainda que o curso tenha sido feito até o último ano.
O Curso universitário a princípio aconteceu no período matutino, o que fez com que as pessoas que viriam a se tornar colegas, amigas e produzir alguns semestres depois o curta metragem que divulgamos aqui hoje, fossem um tanto peculiares, principalmente pelo fato de não necessitarem trabalhar e terem suas tardes livres o que enquadravam aquelas pessoas em um perfil de "playboy", ainda que esse perfil não estivesse relacionado com o poder aquisitivo dessas pessoas, as quais algumas sim, eram trabalhadoras e tinham emprego e estavam indo a universidade meramente para ter um diploma e não necessariamente por ter o desejo de desenvolver uma carreira na área, como era meu caso.
Primeiramente, as pessoas que formaram o grupo que realizou o curta-metragem Narciso Sombrio, já haviam se reunido para criar um Fanzine, que era uma espécie de jornalzinho, que distribuiamos gratuitamente e se chamava: "O Acido". Assim mesmo sem ascento, abusando da norma poética e impondo uma estética artística onde o escárnio de tudo o que acontecia na universidade, era nossa principal meta. Era uma época em que frenquentávamos a noite paulistana, festas raves e esporadicamente fazíamos uso de LSD que no jargão da gíria paulistana também é chamado"ácido", que é uma droga psicotrópica com efeitos alucinógenos que faz as pessoas rirem descontroladamente, o que era nossa intenção provocar nas pessoas que lessem o nosso fanzine.
O fanzine O Acido graças a sua forma anárquica, agressiva e critica gerou diversos problemas para mim e para as pessoas que formavam o nosso grupo, com a direção da universidade e também com alunos que foram satirizados no fanzine sem o pedido de permissão e a prévia autorização dos mesmos para participar da publicação. Me lembro como se fosse ontem de um casal me enquadrar numa sala de aula vazia para tirar satisfações das piadas que eu havia feito com eles na sessão de correio elegante do Fanzine e de ter de pedir desculpas aos mesmos reiteradamente enquanto recebia ameaças com o dedo em riste de ambos em minha cara e de sentir a sede que eles estavam de que eu levantasse a voz ou tivesse qualquer atitude brusca para justificar uma agressão.
Com tanto alvoroço, ganhamos fama e ficamos visados pela direção da universidade o que gerou atritos entre o grupo e fez com o que o fanzine simplesmente morresse antes de que imprimissimos sua terceira edição.
Apesar da morte do fanzine, o nosso grupo já estava formado e graças a isso fomos disputar as eleições do grêmio estudantil, onde o candidato era simplesmente "Eu" e assim fundamos o P.L.U.S. Partido da Libertação Universitária Sideral. Enquanto eu me candidatava a presidente do grêmio, ou melhor dizendo "Gestor Cultural" pois os grêmios pertenciam a PUC e a USP, com todo um poder e plástica de esquerda enquanto que nós erámos apenas alunos da Anhembi Morumbi da Zona Leste, ou seja, uns manés.
Enquanto eu fazia relações públicas e políticas com os alunos da universidade, nosso grupo se incumbia de fazer o marketing eleitoral da campanha. Ficamos em 2º lugar nas eleições e não houve 2º turno. Perdemos para um almofadinha da Mooca que era conhecido pelo sobrenome de Gallo. Nossas relações eram diplomáticas mas jamais fomos com a cara um do outro.
Nosso grupo Eramos Eu, o Guido, o Marcelo Patrulha, a Gabriela Dal Ponte, a Sílvia Sales, o Leandro Cacciatore, o Marcelo Rio Neves e mais algumas pessoas que não me lembro o nome agora.
Nossa amizade nasceu basicamente de nosso convívio matutino na univesidade, que ao final da aula se extendia ao bar da esquina que depois da saíde estava sempre lotado. Logo naquela época, apenas o Guido e o Marcelo Rio Neves eram quem tinham automóveis o que por vezes os fazia dar carona para cada um de nós até a porta de casa.
O convívio na faculdade e logo no bar por vezes transformava a nossa tarde em idas ao restaurante japonês, fizemos algumas viagens de final de semana, fomos a festas e saimos na noite de SP juntos.
Romances inevitáveis aconteceram entre alguns e em meio a tudo isso haviam as tarefas, trabalhos e compromissos com a faculdade.
O Curta-Metragem Narciso Sombrío nasceu justamente de alguns desses trabalhos de comunicação social que devíamos entregar em certo período de tempo esperando receber nota suficiente para não repetir o semestre.
"¿Vamos Fazer um Filme?"
Claro que a príncipio todo mundo topou e achou o máximo.
Eu já era estagiário em uma ilha de edição de uma produtora e fazia freelancers de produção tanto dos programas de TV como de eventos em particular que a produtora fazia.
O Marcelo Patrulha, tinha sido apelidado assim por mim e pelo Guido simplesmente porque ele era o atual guitarrista da legendária banda de rock paulistana; Patrulha do Espaço, que existiu por mais de 50 anos e encerrou sua carreira em 2019. O chamávamos assim para diferenciar do Marcelo Rio Neves. Além de excelente guitarrista o Marcelo era um cara calmo, tímido, pacífico, muito inteleigente, interado da cena do rock and roll, que manjava dos paranauê e que por mais irritado que viesse a sentir-se jamais diria ou alteraria seu temperamento. Ele se comunicava mais com os olhos que com a fala. Sua família era ou parecia ser de pessoas estruturadas. Uma vez ele me disse que seu pai era maçôm. Era difícil ouvir a voz dele pois ele falava muito baixo, mas era de fácil empatia e boas risadas. Durante os dias de gravação no set por ele oferecido seu irmão esteve com a gente e era também um rapaz bastante tímido.
O Guido Ferracini era o Cara da Red Bull.
Seus pais e as pessoas em sua família o chamavam carinhosamente de: "Guidinho". A Red Bull é a empresa austríaca que fabrica bebidas energéticas e da qual ele era representante,vendedor, distribuidor, divulgador. O Guido realmente amava a Red Bull, seja a bebida, seja a empresa e também o trabalho dele. Não era pra menos, pois com 20 anos de idade ele tinha um baita de um bom emprego, e de quebra a empresa ainda fornecia para ele um automóvel, todo estilizado, com aquela lata de red bull gigante encima daquele Ford Ka prateado, que parecia uma pulga. Não bastando isso ele passava o dia indo de bar em bar, restaurante em restaurante e a noite de festa em festa, o que por vezes nos fazia frequentar eventos um atrás do outro. Foi a pessoa de quem eu mais me aproximei e fui amigo durante aquele período, que viría a se encerrar justamente com o fim do curta-metragem por nós realizado, de um forma um tanto trágica e traumática, para um grupo de pessoas tão legais, que prometiam tanto.A Gabriela dal Ponte
era a típica menina linda de Porto Alegre que vivia no bairro de Pinheiros em São Paulo, como tantas jovens modelos que vem do Sul pra Capital Paulista atrás de melhores oportunidades. Meio Ripe e meio patricinha. Orfã de pai e Filha única. Mimada, bonita, gostosa e com sotaque de gaúcha. Cruel e sarcástica. "Um pouco" ninfomaníaca, preguiçosa e irônica, mas profundamente doce, inteligente, elegante e engraçada. Ela trabalhava como modelo de agência bem cotada, com diversas experiências internacionais e frequentemente saia em capas de revista famosa como modelo e manequim.O Leandro Cacciatore era chamado por nós todos carinhosamente de "Deputado".
Certamenta a figura mais carismática e engraçada entre todos nós. Um personagem que se vestia de maneira hiper formal para nossa idade na época, com paletó, gravata, sapato e camisa social e assim ia pra faculdade as 07h da manhã pois na sequência ia trabalhar em um escritório. Ele tinha muito claro que fazia jornalismo porque queria ser âncora de jornal que nem o Willian Bonner, mas a vida toda ele trabalhou em escritório e em parte admnistrativa o que aos poucos foi matando o sonho dele de apresentar jornal na TV.
Diferente da maioria de nós, que era da Zona Sul e da Zona Oeste, ele era da Zona Leste. O Tïpico filho e neto de imigrantes italianos super apegados a família e as próprias origens, como é tão comum nos bairros da Mooca e outros daquela região. Isso fazia com que o "Deputado" tivesse um jeito de ser bastante caricaturizado. Ele era elegante, educado, simpático, sorridente, gente fina, mas parecia viver nos anos 30 e 40, o que fazia com que nossos encontros fossem sempre divertidos, regados a piadas e a risadas, sem jamais perder o respeito.
Ele foi o responsável pelo Making Off do filme e tinha uma câmera exclusiva só pra ele, o que o empolgou, tornando-se assim um personagem impagável no set durante toda gravação, onde desfilava belo e folgado entrevistando a todos com seu "Microfone" improvisado com uma tesoura de cabelo. Um cara genial que eu lamento ter perdido amizade e contato.
Sílvia Sales e Leandro Cacciatore |
Tanto ele como Guido viriam a perder contato comigo por discussões políticas, que assolaram o Brasil anos e décadas depois de nossa amizade juvenil universitária.
A Sílvia Sales que é a menina que sorri na foto acima era tão linda como a Gabriela mas em um estilo diferente. Enquanto a Gaby era a Top Model super transada e maneira, magrela, internacional, polígamica e alterada, a Sílvia era a menina de Guaxupé no interior de Minas. Com cara delicada de princesa da turma da Mônica, mais carnes, bustos, coxas e gostosuras, com cara de preguiça e manhas de criança.
Romântica e branquela, A sílvia tinha o seu rosto alvo e redondo, sorria para tudo, sua cintura era fina e seu quadril imponente. Ela era a menina que desde os 18 anos de idade havia aprendido a trabalhar em lojas de roupa de luxo e alto padrão dos shoppings de São Paulo o que fazia com que ela tivesse de trabalhar quase todas as tardes e por vezes o Marcelo deixava ela no Shopping ao invés de levar pra casa. Ela era apaixonada pelo próprio pai que era um jornalista renomado e pelos irmãos, de maneira que sua família sempre era prioridade e estava claro que ninguém mais habitaria o coração dela.
O Marcelo Rio Neves
é o rapaz que foi o ator principal de nosso curta-metragem e 2º dizia ele mesmo, era sobrinho neto do falecido presidente do Brasil que não tomou posse, Tancredo Neves. Não sei até hoje se isso era verdade ou sarcasmo da parte dele.
Esse era um cara realmente estranho. Imprevisível. Aparentava ter pouca paciência, ser temperamental e explosivo, porém jamais se mostrava nervoso ou explodia. Ele era fã do Roberto Carlos e as canções do Rei por vezes nos fazia passar bons momentos em seu carro e no bar da esquina da faculdade.
Na época parecia que ele era virgem e se sentia constrangido com isso. Sempre tentava estar mais próximo da Gaby e da Sílvia e demonstrava certo desprezo pelos homens do Grupo de maneira a jamais perder o respeito mas tampouco se misturar, sempre deixando claro suas prioridades e necessidade de distância. Quando antes de começarmos a gravar o curta eu quis reunir a todos para fazer uma meditação e energização em conjunto com o grupo de trabalho ele se absteve e ficou fumando no sofá enquanto nos olhava com cara de quem estava achando tudo aquilo ridículo, mas faria um esforço pra aguentar, pois ele era o ator principal.
Eu, a Sílvia e a Gabriela sempre iamos com ele em seu carro de carona na volta da faculdade e ele deixava cada um de nós na porta de casa. Um dia eu não estava presente pois tinha faltado a aula e a Sílvia e a Gabriela me disseram que ele surtou e começou a correr com o carro e dizer loucuras, como que ia "matar elas e causar um acidente", o que ele minutos depois disse ser "brincadeira" mas o susto já estava dado. Ele foi o ator principal do filme e sua atuação realmente foi magistral. Além de ser fã declarado do Roberto Carlos, se mostrou um ator bastante talentoso e disposto para o trabalho.
Além desses que me lembro com mais detalhes, havia o Fabrício Pampalon, o Plínio, O Mineiro que era Skatista Profissional, a Graziela de Cajuru, A Ana Cléa que foi a atriz do filme e certamente mais umas quatro ou cinco pessoas que a memória não me alcança.
Nós tinhamos um trabalho de curso para fazer, mas não fazíamos a menor ideia sobre o que nosso filme sería.
Em meio a outros trabalhos de faculdade, havíamos feito performances de teatro e outras propostas que falavam sobre sexualidade, drogas e transcendências e certamente o Filme Narciso Sombrio nasceu como resultado dessa época e dessa safra de pensamentos, desejos e tendências, que estávamos vivendo naquele juvenil momento.
O Principal argumento e a ideia central do filme, era contar a história de um cara solitário, Que vivia em um mundo próprio, isolado em seu apartamento entre discos e retratos antigos, como bom paulistano. Que nutria uma paixão secreta por sua vizinha e que acreditava que utilizando o perfume "Narciso" que ele tanto usava e idolatrava, finalmente a conquistaria.
O Perfume se chama Narciso e o personagem também.
O Filme começa na madrugada em que Narciso desperta decidido a conquistar sua amada. Ele se prepara acordando cedo, ascendendo uma vela para seus ancestrais, engraxa o sapato, troca de roupa, não toma banho mas faz a barba e se perfuma com Narciso. Espia pela porta como quem já sabe os horários e costumes de sua musa. Sai no mesmo momento em que ela e juntos pegam o elevador.
A Vontade de Narciso de dizer algo é grande mas ele simplesmente trava e não consegue ter nenhum contato sequer com sua amada durante a pequena viagem até o térreo e assim regressa para sua casa decidido a quebrar tudo e a se matar, o que faz afogando-se com o conteúdo líquido do vidro de perfume Narciso, que ele acreditava que daria a ele, o poder de conquistar ela.
A ideia era bacana e todos aprovaram mas a verdade é que não tínhamos onde realizar a obra, nossa verba era bastante limitada e tivemos que adaptar o roteiro as nossas condições, o que acabou tendo isso aí que vocês podem ver, como resultado.
Foi o Marcelo Patrulha que sugeriu que o vídeo poderia ser gravado em um apartamento vazio que o pai dele mantinha na Vila Mariana. Tudo parecia perfeito e para lá nos encaminhamos. Montamos um estúdio, um set de filmagem e começamos a trabalhar. Ali estivemos por um período de 03 dias gravando desde de tarde até as 04, 05 horas da manhã e saíamos de lá bastante cansados, mas era prazeroso, gratificante e divertido.
O Guido trazia caixas e mais caixas de Red Bull, montávamos um buffet de laricas imitando os eventos de publicidade. Com uma Geladeira cheia de bebidas e vai e vem de pessoas, todos queriam ir visitar as gravações de nosso trabalho de maneira que, todas as entregas de drogas dos traficantes da universidade durante aqueles 03 dias, aconteceram naquele set improvisado por nós montado naquele apartamento da Vila Mariana, onde era seguro estar, fumar e drogar-se enquanto alguns de nós tentavamos trabalhar e brincar de cineastas.
A Parada Foi Louca e O Bagulho foi intenso durante aqueles 03 ou quatro dias de trabalho, de maneira que todas as pessoas do grupo sofreram sequélas e nós nunca mais voltamos a se reunir e em alguns casos sequer a ser amigos.
Minha amizade com o Guido começou a deteriorar-se graças a discussões recorrentes que sempre tínhamos e o estopim foi quando ele decidiu que eu tinha queimado o banco do carro da red bull dele com cinza de cigarro e eu nem fumava cigarro. Me lembro que estavámos na metade do caminho pra minha casa quando ele me dava uma carona e não parávamos de discutir. Ele estava irritado e eu fiquei também de modo que, quando ele parou no semáforo, eu simplesmente abri a porta, abandonei ele falando sozinho e decidi ir a pé e dessa forma, chocado e magoado por ele insistir que eu havia queimado seu banco, eu decidi mudar meu curso do turno da manhã para o turno da noite. Nos viríamos a encontrar esporadicamente em outras ocasiões, mas nossa amizade, jamais seria a mesma.
O Marcelo Patrulha que era um cara super tímido e tranquilo, que tinha namorada de longa data, tocava guitarra e tinha já uma carreira bem sucedida, de repente por algum motivo estranho que até hoje eu não entendo, durante aqueles dias engatou um romance com a Gabriela, que o deixou perturbado e com crise de infidelidade, o que era bastante natural uma vez que ele tinha uma relação super sólida com sua namorada na época e com todo respeito e sem nenhum preconceito, francamente, A Gaby era a menina ninfomaníaca que adorava seduzir e que ficou com todo mundo naquela época e parecia se divertir em dar pra todos sem jamais amar ninguém e só por isso eu jamais transei com ela.
O Marcelo Rio Neves se afastou de mim após esse trabalho e depois do susto que ele deu na Sílvia e Na Gabriela, nunca mais deu carona pra ninguém.
O Guido e a Sílvia se apaixonaram, casaram, foram morar juntos e se afastaram de todo mundo do grupo, como se quisessem deixar claro o quanto se bastavam eles mesmos e já não precisavam de nosso grupo ou de mais ninguém.
O "Deputado" ou o Leandro Cacciatore, talvez seja o único que não tenha mudado nada e passou por tudo isso inalterável sem jamais sair dos anos 30 e 40. Hoje é um pai de família que parece ser muito feliz mas não aceitou meu pedido de amizade no Facebook.
Se não fosse o acaso ter feito eu ir ao Brasil pela última vez em 2016 e ter trazido comigo a última cópia VHS desse curta-metragem que estava na casa da minha mãe, assim seria e teria se perdido, como tantas coisas foram por mim perdidas, ou simplesmente desapropriadas e roubadas, pelas pessoas facínoras e canalhas, que são os meus irmãos. Filhos de uma Puta, (que sou eu mesma).
Esperamos que o curta-metragem Narciso Sombrio seja do agrado de todos os nossos leitores e leitoras e desde já agradeço profundamente essas pessoas todas que jamais foram capazes de me amar, cuidar e admirar como eu realmente mereço, mas que foram fundamentais, singulares, belas e boas e cumpriram com suas missões em minha vida no momento em que foi necessário.
Confesso que busquei o email de todos em meus arquivos e encontrei o de alguns, para os quais enviei um email com o link do filme e foi somente o Guido que me respondeu, Felizmente. Além do Guido, busquei o Marcelo Patrulha no Facebook e encontrei, para enviar o link do vídeo e dizer que que havia digitalizado.
Fiquei muito feliz pois os dois não apenas lembraram de mim e me receberam amavelmente, como já estamos em contato frequente, pelo whatsapp, comprovando que a frase célebre de Sócrates é de fato a mais pura verdade;
"Os Verdadeiros Amigos jamais se conhecem, mas apenas se reencontram".
Muito obrigado de verdade a todos vocês antigos amigos e colegas de faculdade e ao longo da estrada da vida, por todos os momentos bons e mals que vivemos. Foi e sempre será uma honra, em meio a 7 bilhões de pessoas, que a vida tenha escolhido justamente vocês para que pudessemos compartir tempo e espaço naquele momento da vida.
É maravilhoso ter esse registro e poder compartir ele com todos vocês.
Recebam os mais honestos e sinceros desejos de paz profunda, saúde plena e sabedoría infinita em vossas nobres vidas.
Saudações cordiais a todos e todas.
Namastê,
Ruy Mendes - Agosto 2021.
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