Roberto era um jovem com caráter de modelo, um moreno alto de padrões da moda que fazia as meninas suspirarem e os rapazes o invejarem. Tinha todos os requisitos para ser considerado belo o que automaticamente fazia com que as pessoas de seu planeta e de sua cidade o considerassem bom. Desde a adolescência se destacava por sua habilidade privilegiada nos esportes e nas matérias escolares, suas notas no boletim nunca eram menores que sete e meio e nas competições e recreações esportivas sempre tinha seus resultados entre os melhores alunos.
Os pais de Roberto estavam sempre viajando devido ao importante posto de trabalho que ocupavam em diferentes empresas multinacionais e isso fez com que durante sua infância passasse mais tempo em frente á televisão do que qualquer outra coisa.
Todas as refeições, lições de casa e atividades do jovem “Robertinho” como o chamava o motorista da família eram feitas em frente á televisão, sob a tutela de uma governanta que seus pais pagavam a peso de ouro para que a educação de seu filho não deixasse a desejar somente por causa da distância física, já que estavam convencidos do quanto amavam seu filho e que essa distância era necessária para o sustento dos privilégios e regalias que podiam e acreditavam que deviam proporcionar a ele.
Desde o início da infância que seus crias e educadores reparavam (sem jamais comentar entre si) que a “Robertinho” encantava fazer brincadeiras escatolológicas como peidar, arrotar e sujar as coisas com a comida ao invés de ingerí-la.
Nos primeiros anos de ginásio, já era motivo de escárnios e ironias dos colegas devido ao seu singular mau-hálito, porém por ser um jovem rico e de boa condição material, todas essas piadas eram feitas secretamente sem o conhecimento de Roberto, já que a seus colegas, não interessava perder o acesso a brinquedos exclusivos e passeios incríveis que a amizade com “Robertinho” proporcionava.
E assim foi durante toda a infância e juventude. Sem saber e talvez ás vezes desconfiando ou sentindo algo estranho, sempre que Roberto passeava pensamentos, comentários e energias do tipo: “-La Vai o boca de privada”. “Silêncio, que a “Garganta de Lodo” ta vindo aí”; entre outras coisas piores o acompanhavam ou dele tentavam se aproximar.
Ainda com todo seu bafo, Roberto era invejado por praticamente todas as pessoas de seu convívio. Suas namoradas eram sempre as mais bonitas. Suas amigas e amigos eram os mais interessantes. Suas atividades culturais e de lazer eram sempre exclusivas. Suas férias eram em locais inéditos ao conhecimento da grande massa humana. Era como se o mundo não percebesse aquele imenso aroma de leucócitos com paredes de intestinos inflamadas que saia de sua boca, cheia de dentes perfeitos e lábios invejáveis.
Após os 30 anos algumas pessoas começaram a desconfiar que Roberto ou deixava de propósito ou realmente era muito desligado, já que sua sujeira era algo que podia ser considerado até artístico. O sebo de seu cabelo era único. O suvaco não chegava a feder tanto, mas tinha um odor característico que permitia saber de sua presença minutos antes de sua chegada.
Roberto era tão amado, tão querido, tão invejado, que esses detalhes higiênicos não chegavam a incomodar e por muitos não chegavam sequer a ser notados.
O brilho ceborréico de sua presença era acompanhado de tanta idolatria que as pessoas mais próximas de Roberto começaram a se sentir agradáveis na presença daquele “perfume natural único” que o jovem exalava, principalmente de dentro da boca quando estava presente.
Tudo o que Roberto fazia, era sempre acompanhado de pessoas que sentiam agradecidas e amigas por compartir momentos que somente o dinheiro de “Robertinho” proporcionava. Por que o que mais admiravam naquele peculiar rapaz, antes de seu poder e singularidade era a generosidade. Era a generosidade de “Robertinho” uma das coisas que mais constrangia as pessoas inclusive a pensar no odor desagradável que exalava, principalmente ao falar.
Essa Energia de amizade e idolatria abriu portas na vida de Roberto aos altos escalões da pirâmide social e quando em seu topo, o carisma de “Robertinho” e seus odores característicos encantaram aos monarcas e aristocratas dos quais desfrutava a companhia em momentos de ócio e idealizações de projetos.
Foi num desses jantares de gala oferecidos pela condessa de Kensington que um famoso estilista francês reconhecido mundialmente teve a brilhante idéia de transformar não somente aquela figura humana única, mas também seus odores e peculiaridades numa nova linha de perfumes e cosméticos que dominariam o mercado de estética e saúde nos próximos verões europeus.
Nenhum desses projetos antes de totalmente realizados foram do conhecimento de mais de três ou quatro pessoas no mundo. Mas a grande verdade é que nos verões europeus seguintes, os odores dos peidos, do hálito e do corpo suado de Roberto foram transformados em diferentes linhas de perfumes, cosméticos, xampus, colônias e etc.
O gênio cientistas e estilista: Jean Pierre Cartier esteve por quase um ano numa gostosa amizade e convívio que o aproximou de "Robertinho" e seus convivas. Passavam finais de semana na casa de campo de Cartier e foi de lá que toda essa experiência de transformar os odores de “Robertinho” em perfumes foi materializada.
Sob ordens de Jean Pierre Cartier e orientação de um velho amigo deste, (um estudioso físico-químico satanista, que esteve presente na idealização do projeto Manhattan), o chefe de cozinha da casa de campo em Marseille, preparava diferentes menus que estimulavam de diferentes formas os intestinos, o sistema digestivo e os gases e odores corporais do rapaz.
Depois do jantar durante a noite, enquanto dormia todos os gases e odores do quarto em que o estilista hospedava Robertinho eram captados por aparelhos de ultima geração e tecnologia que através de métodos computadorizados, podiam estabelecer e guardar os elementos químicos de cada odor e suas origens assim como permitir sua utilização para outros trabalhos.
E assim uma linha de perfumes feita com os odores do aparelho digestivo de Roberto trabalhando sob o efeito da digestão de substâncias alimentares como: “Ovos, repolho, abacate, feijão, aspargos, torresmos, caviar, champanhe, entre outros alimentos”, foi sendo inventada e em pouco tempo estava sendo comercializada, copiada e batendo recordes de venda em todos os mercados do mundo.
Após um ano de sucesso de vendas aquelas 4 figuras da Elite Mundial, responsáveis pela realização desta grande idéia e projeto, sorriam entre elas quando agradecidos referiam-se ao jovem e doce Roberto como o “Menino Que Peidava Flores”.
Na França sua linha de perfumes é sucesso de vendas até hoje. As modelos mais belas do mundo e os jogadores de futebol mais bem pagos são garotas e garotos propaganda dessa linha de cosméticos sem sequer imaginar que esses aromas, se originaram de uma idéia absurda de um estilista da Elite.
É bem possível que você também tenha entre seus perfumes e “cosméticos de beleza” um exemplar da coleção inspirada nas vísceras escatológicas de “Robertinho” e use-o quando deseja impressionar as pessoas que mais ama.
Não será surpresa alguma se em pouco tempo o ser humano descobrir que idolatrava seres proprietários dos intestinos mais podres da história.
Que Deus Abençoe a todos:
Namastê,
Ruy Mendes – Dezembro 2010.