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domingo, 1 de junho de 2025

Good By Índia, Hello London: Ruy & o Mundo Capítulo 09.

 



É com jubílo e alegria que chegamos ao 9º capítulo da série Ruy & o Mundo, onde depois de 8 capítulos, nos despedimos da Madre Índia, mãe de todas as culturas humanas (o homem não veio da áfrica nem do macaco) e nos dirigimos para principal capital cultural e financeira do mundo ocidental, desde o fim da 2ª guerra mundial. Londres.




Nos despedimos da Índia em um passeio de moto, primeiramente de Goa, onde um incêndio de proporções dinâmicas tinha consumido algumas lojas do mercado de tecidos em Arambol e nos dirigimos a Nova Delhi, onde terei ainda duas noites de descanso antes de ir para a Inglaterra, em um quarto apertado nas dependências do Hotel Viveka, no Centro de Nova Delhi.



La naquele formigueiro humano tive a chance de encontrar o mesmo rapaz canadense que havia conhecido no trem de Haridwar até Varanasi nos idos do capítulo 05 (lembram?) e me despedi da cidade de Nova Delhi na última noite, durante um jantar no terraço do hotel Viveka, onde lhes apresento um colega de viagem australiano, que era dono de uma agência de publicidade em Melbourn, onde ele empregava os filhos, enquanto viajava o mundo e visitava a Índia pela quinta vez. 


Esse rapaz canadense, realmente chama minha atenção, porque ele tinha uma arcada dentária que o fazia parecer com um vampiro, o que de certa forma talvez ele fôsse uma vez que seu trabalho era comprar coisas a preços muito baratos na Índia e depois ir vender essas coisas na Europa por 40 vezes o valor que havia pagado o que lhe permitia ser um cidadão do mundo e viver viajando, o que para mim naquela época era um sonho apenas e algo que eu viria fazer através da música, como DJ, através das terapias holísticas e da Yoga. 






Hoje ao rever essas imagens me dou conta de algo que na época não acontecia (talvez por ter passado a vida em São Paulo antes de fazer essa viagem), que é o tremendo caos poluidor sonoro de Nova Delhi.

Naquela época eu não me dava conta disso como me dou hoje quando assisto esses vídeos, depois de tantos anos passados. Buzinas, pessoas gritando, trânsito caótico, animais de carga entre motocicletas e comerciantes que passam por ambas as mãos de cada grande rua daquela caótica cidade. 


Me lembro que a viagem de Nova Delhi para Londres, foi tensa do início ao fim, desde o momento em que o comissário de vôo indiano não queria deixar eu viajar com a meu violão nas costas, até o momento em que fui interrogado no aeroporto de Londres e tive que abrir toda minha bagagem para provar que não era um imigrante tentando entrar no país, mas apenas um mochileiro que também era músico e DJ e estava ali apenas de passagem.






Nessa época me lembro que minhas pretensões de ser imigrante eram bastante rasas e tímidas, talvez por medo do que as pessoas iriam dizer e tudo que eu ia enfrentar se assumisse abertamente que desejaria nunca mais voltar ao Brasil. Nem eu sabia que as coisas dentro de mim já naquela época eram desse jeito, pois havia em 1º lugar, uma intenção de terminar a faculdade, se formar, ter uma carreira brilhante no mercado de TV e eventos, em São Paulo. Havia também a necessidade de se fazer média com o senso comum e falar sempre bem do Brasil, o que do contrário seria uma prova de "ingratidão" e alta traição, uma vez que ser patriota era parte do pacote mental de jovem branco de classe média, amedrontado e iludido, que formava os alicerces de minha personalidade.  


Como bom "brasileiro" eu era incapaz de me rebelar contra nossa cultura e enxergar a verdade sobre a nossa história e todas suas mazelas, a qual eu já naquela época desejava exorcizar de mim e para tanto viajava a todos os lugares que eu podia, certamente na ânsia de me des-brasileirar me tornando um verdadeiro cidadão do mundo, como naquela época foi então assim feito. 

Confesso que não passava de jeito nenhum pela minha cabeça que em um futuro próximo que é hoje, eu ia terminar meus dias como um cidadão em Barcelona, na mesma casa, por tantos anos, realizando trabalhos para gente do mundo todo sem que jamais um familiar ou um amigo daquela época, viesse me visitar. 

Parecia que as pessoas tinham medo de me visitar e assim ter certeza do quanto eu era feliz e que todas as ilusões dela sobre minha "solidão" e minha "infelicidade" as quais eles tinham total certeza de serem certas, se revelassem como grandes mentiras, que certamente é o que as pessoas no Brasil mais e melhor sustentam para si mesmas, enquanto fingem que são lives e felizes, mais que reféns do crime organizado.


Depois dos perrengues na imigração do aeroporto de Londres, eu tive a sorte de ir encontrar um daqueles que eu considerava meu melhor amigo na época, o Thiago Moreira Campos, mais conhecido por todos como PIZZA, que era o apelido que ele tinha desde a infância, gracias ao fato de ser ruivo, com cabelo avermelhado e o rosto cheio de sardas, que pareciam o oréganos encima da pizza. 


Como a grande maioria ou quem sabe a totalidade dos amigos que tinha no Brasil, nossa amizade não resistiria ao tempo e a distância que minhas viagens entre nós criaria. 

Quanto mais minha vida dava certo e acontecia na Espanha, em Ibiza, em Barcelona, menos eu tinha atenção e o interesse de meus irmãos, meus primos, dos velhos amigos de infância e da época de escola. 

Hoje sinto que havia além da inveja natural que as pessoas em geral sempre sentiram de minhas escolhas e minha ousadia, o desejo por parte da maioria das pessoas, que eu sempre regressasse ao Brasil e continuasse morando dentro dele, o que ao não ser atendido de minha parte, talvez tenha servido como justificativa para o ostracismo do qual fui herdeiro, seja por parte desses amigos, seja por parte de meus familiares, que jamais fizeram um telefonema para saber como estou e o que tenho feito nesses quase 20 anos. 




Me lembro de ter passado 30 dias em Londres fazendo turismo e agora entendo, incomodando meus amigos que me estavam hospedando gentilmente grátis. 

Nesse tempo além de turismo, eu tinha mania de ficar imprimindo curriculum e enviando em lugares como o Favela Chic, famosa casa de shows e espetáculos de Londres, sonhando que alguém me contrataria e me daria uma oportunidade de trabalho fora do Brasil, o que eu certamente agarraria com unhas e dentes. 


Meu 1º encontro com Londres foi sem dúvida memorável e algo do qual eu gosto bastante de lembrar, apesar de que na época eu sentia que meu amigo Pizza não botava fé em mim e em meus sonhos e talvez em algum lugar de seu coração ele torcia para que as coisas para mim dessem errado, como é comum entre brasileiros, principalmente quando são imigrantes e estão fora do país. 

O Pizza já estava fora do Brasil há uns 02 anos quando eu fui visitá-lo e sinto que apesar de ele não dizer nada, ele estava vivendo um mal momento, sem papéis ainda que com trabalho, mas vítima da burocracia xenofóbica racista, que todos somos sujeitados quando queremos ser livre em um país estrangeiro.


Havia uma competição e hierárquia escrota por parte de um grupo de amigos brasileiros em Londres, que dividia as pessoas em turistas x imigrantes, pessoas com passaporte europeu e cidadanía x pessoas com passaporte latino e ausência de papéis (os "ilegais"), obrigando assim a viver em negro, sempre com medo de fantasmas como a deportação, alimentando a vã esperança de que um dia as coisas melhorassem sem saber exatamente como, nem quando. 


Esperamos que o 9º capítulo da série Ruy & o Mundo, seja do agrado de nossos leitores e leitoras e convidamos a todos a colaborar com nossa produção de conteúdo.

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Ruy Mendes - Junho 2025

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