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sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

A Cidade Sagrada de Haridwar e o Encontro com o Rio Ganges - Ruy & o Mundo 2º Capítulo - Nova Série em nosso Canal de Youtube.

 



Em nosso 2º capítulo da série Ruy & o Mundo, deixamos Nova Delhi e vamos em direção a cidade sagrada de Haridwar para ter o nosso 1º encontro com o Rio Ganges, que para os hindús, principalmente dessa cidade, é um rio sagrado que está vivo, possui consciência e alimenta a todos que o adoram. 



Me lembro de que a chegada em Haridwar foi um tanto tensa, pois fui perseguido por um indiano que queria me alugar um quarto de hotel e insistia para termos um diálogo o que me deixou nervoso e me fez ser grosseiro com ele. Não demorou muito para que eu encontrasse uma acomodação por meios próprios sem necessítar da ajuda de ninguém, onde me instalei e tratei de dormir pois já eram mais de 22h.






Nossas imagens tem início justamente na manhã seguinte, quando acordo no quarto do hotel com o barulho e algazarra de transeuntes que passavam pela rua como se pode ver, carregando monumentos que eles mesmos criam para adorar tanto o Deus Shiva em sua imensa estátua, como o Rio Ganges em toda sua magnitude.


A cidade é caótica, suja, bagunçada, barulhenta e parece um formigueiro humano, ainda assim é mais agradável e muito menos poluída que Nova Delhi. 



Os meios de transportes mais utilizados, podem ser os tac-tac ou o rickshaw em bicicleta, além de motos e automóveis que circulam sem parar. A cidade está dividida entre a parte baixa, onde estou hospedado e a parte alta, onde se pode chegar caminhando ou de teleférico, como eu fiz, o que me faz pensar hoje, que o Pablo Marçal tinha razão, quando fez o projeto de interligar as comunidades com teleférico, que seus oponentes chamavam de "bondinho voador".

Confesso que ao ver essas imagens depois de tantos anos sinto uma aflição que naquela época em mim não existia. A concentração de pessoas se esmagando, os templos em um estado péssimo de conservação, estátuas velhas de deuses bizarros e yogues sentados em postura de Lótus, sendo adorados por um mar de gente pobre, suja, carente, sem instrução e totalmente submisso ao sistema religioso, há vários milênios. 






Grande foi meu choque quando depois de visitar os templos, cheguei a beira do Rio Ganges e encontrei com aquele oceano de gente pela primeira vez. Eu nunca havia visto tantas pessoas juntas, menos ainda tomando banho de rio, adorando ele e também se divertindo, pois é disso que se trata nossa relação com as águas, muito além da higiene e nutrição. Me fez pensar no Rio Tiête, o Rio Pinheiros e todas as águas que banham São Paulo, e o quanto essas são poluídas e o quanto há gerações, as pessoas já não utilizam nem se relacionam com aqueles rios. 


Como se pode ver nas imagens, o local era totalmente tomado por seres autóctonos e eu não encontrei outros turistas, menos ainda com câmera nas mãos, como eu. Eram pessoas amontoadas, com olhares profundos, sorrisos serenos e um jeito de ser que é o típico patrimônio etéreo e arquetípico dos indianos. 




As pessoas se dividiam em famílias e grupos que se banhavam no Rio, seguidores da seita que leva aquele monumento para cima e para baixo, gente que faz oferendas de flores aos deuses e uma gama considerável de desocupados que pareciam mendigos sentados no chão pacientemente, compartindo um cachimbo onde eles fumavam XARAS que é uma espécie de haxixe, mais forte e mais potente. 







Entre o Rio Ganges, as terras de Haridwar e o formigueiro humano, repousa tranquila uma imensa estátua do deus Shiva que parece observar a todos sem ter reação. Em seus pés lá estão mendigos, yogues e sadhus, fumando, conversando e passando o tempo.








Estive em Haridwar por um período de 03 noites e 04 días, em que pude ir me acostumando com essas diferenças gritantes entre a cultura que eu conhecia no Brasil e a cultura antiga milenar, que eu estava conhecendo agora. 

Minha forma de enxergar a Índia estava perdendo o romantismo e em meu íntimo eu começava a me questionar, o porque de toda aquela miséria e sujeira e o quanto a invasão do império britânico não foi realmente benéfica, mais que civilizatória, para aquele povo que simplesmente vivia em nossa era, como viviam os homens de 5, ou 10 mil anos atrás. 


Em nossos momentos finais em Haridwar pudemos observar desde a janela lateral do quarto de dormir, um homem que vem rezar e conversar com o Deus Shiva em uma versão com vários braços em um monumento que formava uma rotonda bem no meio da rua, onde as pessoas que passavam tocavam um sino e assenavam para a estátua e finalmente, um acidente de moto diante do hotel, para fechar com chave de ouro, nossa estância naquela cidade, que diga-se de passagem tinha como lei vigente a proibíção total do uso de álcool. Um vizinho de quarto meu naquele hotel, foi flagrado com uma garrafa de vinho em sua bagagem o que foi motivo para chamarem a polícia. 


Depois da visita em Haridwar, nos dirigimos em Hickshaw com uma família indiana, para a cidade de Rishkesh, conhecida como a CAPITAL MUNDIAL DO YOGA, onde eu buscarei uma escola de yoga para realizar minha formação. 







Esperamos que a nova série  Ruy & o Mundo em nosso canal de youtube tanto quanto as postagem sobre sejam do agrado de nossos leitores e leitoras. Seguiremos em contato e trabalhando.


Saudações cordiais e muito obrigado.


Ruy Mendes - Fevereiro 2025  

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