quinta-feira, 16 de junho de 2011

Capadócia –


Vestígios de uma Civilização Intra-terrena e Extraterrestre:



Eu não sabia quase nada sobre as cavernas e as civilizações que habitaram a região da Capadócia e Anatólia, quando em 2009 resolvi ir á Turquia. Sabia apenas que era a terra do soldado guerreiro que desafiou a Elite da época e ficou conhecido na história como: “São Jorge”.  Foi ele que em meio á reunião das cortes romanas que programavam dizimar a todos os cristãos, se levantou espantado com aquela decisão e disse pela primeira vez que: “Todos os romanos deveriam se converter ao cristianismo”.




Todos os membros daquela reunião se espantaram de testemunhar um membro da “suprema corte romana” defender com tamanha ousadia a fé em Jesus Cristo. Ao ser questionado por um cônsul sobre a origem dessa ousadia e atitude, Jorge respondeu que aquilo tudo era por causa da VERDADE. 

O Cônsul insatisfeito e arrogante, ironicamente o questionou: “Mas o que é a Verdade”? E Jorge prontamente o respondeu: “A Verdade é Meu Senhor Jesus Cristo, a Quem Vós perseguis e Eu Sou Servo e nele confiando me pus no meio de vós para dar testemunho dessa verdade”.


Como Jorge mantinha-se fiel ao cristianismo, o imperador tentou fazê-lo desistir da fé torturando-o de vários modos. E, após cada tortura, era levado perante o imperador, que lhe perguntava se renegaria a Jesus para adorar os ídolos. Todavia, Jorge reafirmava sua fé, tendo seu martírio aos poucos ganhado notoriedade e muitos romanos, tomado as dores daquele jovem soldado, inclusive a mulher do imperador, que se converteu ao cristianismo. Finalmente, Diocleciano, não tendo êxito, mandou degolá-lo no dia 23 de abril de 303, em Nicomédia (Ásia Menor).



Mas quando estive em Istambul, algo me dizia que eu deveria ir pra lá e assim o fiz, pegando um ônibus que me deixou na cidade de Ürgup, depois de pouco mais de 10 horas de viagem. Nas paradas de ônibus nas estradas me recordo de ser observado pelos seguranças dos bares, que não eram poucos. Cada bar de beira de estrada tinha em média 10 seguranças paizana que ficavam orientando as pessoas na fila do caixa sempre atento se elas estavam ou não roubando. Eles tinham uma desconfiança declarada que não faziam questão nenhuma de esconder, assim como uma certeza nos olhos de que eu estava esperando uma oportunidade de “roubar” ou sair com a mercadoria que elegi para comer ou beber, “sem pagar”. Isso me ajudou a entender melhor a fama que os turcos criaram ao redor do mundo. Turcos, romenos, marroquinos, entre outras antigas nações que foram grandes impérios guerreiros e saqueadores, tem a mesma fama de serem ladrões ou aproveitadores ao redor do mundo (A Lei do Karma é Justa, Implacável e como a vida, jamais se apieda).

Durante a viagem, o visual da estrada, era de imensas plantações do que pareciam ser batatas, onde senhores velhos e senhoras de idade e de roupas que cobriam todo o corpo, mesmo debaixo de um sol escaldante, pareciam trabalhar sem jamais ter tido descanso ou férias.



Ao chegar á região conhecida como Capadócia, A Primeira impressão que tive foi de um imenso “glacê” de areia, com pequenas, médias e grandes montanhas basálticas, onde se abriam pequenas janelas e portas, onde pessoas pareciam estar vivendo da mesma forma, desde há muitos milhares de anos. É bastante impressionante. A Beleza natural singular que eu jamais havia pensado que existisse, parecia um conto de fadas venusiano. Parecia a superfície lunar ao vivo e a cores com um sol de rachar. 





O Povo daquela região parecia habitar aquelas terras há muitos milhares de anos. Ao mesmo tempo, seus olhos revelavam uma relação diferenciada com a existência, pareciam contaminados com os valores rastejantes reptilianos do capitalismo, a febre do ouro, a cobiça e ganância.  Faltava pouco mais de um ano ainda para que as informações que hoje trabalho sobre as raças extraterrestres como dos reptilianos chegassem a mim através de pesquisa e registros akáshicos. Mas meu inconsciente já estava estudando e recebendo informações sobre ela entrando em contato com aquela região, o povo turco, principalmente o povo da Capadócia e Anatólia.

Depois de uma parada de poucas horas em Ürgup, me dirigi a Göreme, onde encontrei um hotel barato e muito bom, com wi-fi, uma bela suíte a preço bem modesto que não ultrapassava os 10 euros/dia.

Foi á última vez que vi minha ex-namorada com quem convivi por nove anos e nos vimos por webcam. Foi a primeira e única vez que nos masturbamos juntos a distância, praticando o que as pessoas conhecem como “sexo virtual”. Aquilo serviu apenas para reforçar o imenso sentimento de engano que eu censurava dentro de mim a respeito dela e de nosso fracassado relacionamento.




Göreme foi a minha base. Ali pernoitava e durante o dia ia conhecer as diferentes cidades e suas atrações turísticas. A melhor coisa que existe em qualquer lugar da Turquia são as casas de banhos. 

Locais ancestrais que existem desde antes de cristo e os homens se reúnem para receber massagem e banho de outros homens que ali estão para esse serviço. Tudo feito com respeito e pudor, enrolado em toalhas de pano xadrez de diferentes cores, e auxiliado por espumas de banho e azeite de massagem.

Existe um contato humano dentro desses lugares, que não é feito através de palavras. Como se esse serviço de limpar o corpo do outro e massageá-lo como uma profissão e não com interesses de sedução ou eróticos, fosse a verdadeira forma cristã de os turcos manterem suas raízes vivas.



No primeiro dia em que eu cheguei, havia um velório em praça pública. Homens de semblantes tristes se amontoavam para carregar um caixão que senti, era de uma pessoa querida e já bem anciã.


 




Como todos aqueles que acabam de chegar num lugar novo e tem tempo de sobra, fui aproveitar as atrações que imaginei que estavam mais perto do meu hotel e deixei para realizar os passeios mais importantes e de destaque no dia seguinte. 


Resolvi ir até o pico de uma montanha em frente o hotel, onde havia hasteada uma bandeira turca, encima de uma estrutura que parecia o teto de um observatório. Ali encontrei jovens estudantes de não mais de 15 anos, que fumavam marlboro e bebia coca-cola, o que também bebi enquanto os observava. Ali contemplei a paisagem, imaginei como teria sido para “São Jorge” vir da Palestina a cavalo e depois de tanto tempo ser conhecido como um ser daquela região: “Jorge de Capadócia”.





Era um imenso céu azul. Uma calma que eu estranhava já que tinha todas as minhas referências do mundo muçulmano, relacionado com as mentiras dos sionistas sobre o terrorismo árabe e todas as falsas informações que os meios de comunicação propagam insistentemente para que jamais saibamos quem são os verdadeiros governos do mundo e quem governa através do mal.




























Céu, mato, montanhas, areia basálticas que variavam do tom marrom ao rosa, pedreiras e marmorarias que pareciam ambientes fantasmas. Torres e minaretes adornavam quase todas as construções. 

Aquilo só parecia ocidente quando me dirigia as praças, bares e atrações turísticas. No caminho de uma das montanhas, reparei que; Os problemas de moradias enfrentados pelo governo turco, era facilmente resolvidos pelos cidadãos que escavavam suas casas nas montanhas de rocha e areia. 


 


Num desses caminhos havia um depósito de lixo, com um lindo gato de pêlo branco e laranja, assim como a bandeira da Espanha e dos estados unidos cobrindo algumas caixas de papelão, e uma embalagem das batatas pringles e ainda uma garrafa de água mineral. 


Pedi a um senhor que num desses buracos-casa vivia que me deixasse fazer uma foto dele em seu habitat, ele aceitou, me tratou muito bem e não parava de sorrir um sorriso que me dava aflição, pois seus dentes além de podres parecia estarem infeccionados á anos. Eu queria ter registrado seu sorriso franco e honesto sem dentes, mesmo com aquela estética grotesca, mas quando percebeu isso se limitou a cerrar os lábios e olhar com honestidade para a câmera.





Meus dois primeiros dias de passeio foram por florestas, bosques que pareciam encantados e aumentavam mais ainda a impressão de vida na antiguidade. 



As borboletas eram centenas, a luz que batia nas pedras era diferente do que eu estava acostumado. 


Algumas rochas guardavam desenhos rupestres religiosos de escombros do que um dia foi ritual de monges, que viviam em cavernas.  As Agências de passeios, apesar da simpatia de seus donos, se revelaram como verdadeiros mercenários capitalistas. Num dia em que eu desisti de fazer o passeio pois estava cansado, o motorista da agência esteve insistindo por quase uma hora para que eu fosse. Me esperou atrasando o passeio e irritando a todos, apenas para não perder dinheiro.Eu constrangido, acabei atendendo sua insistência e me desculpando com o grupo de turista que ele fez me esperar. 



Os turcos são assim, simpáticos, mas muito interessados. Não sentem a menor culpa em mentir para ter o mínimo de vantagem financeira. Graças a deus, para toda regra existe excessão e essa eu pude conhecer ao longo dos dias em que ali estive. Mas de fato “a regra” domina a essência dos atos daquele povo milenar, que ficaram conhecidos ao longo da história como excelentes bárbaros e comerciantes.



A perfeição das curvas nas esculturas da rochas, me davam a dimensão do quanto minha sensibilidade era grosseira para a arquitetura e que, se dependesse de mim e de minha inteligência, muito provavelmente a humanidade não teria saído da grosseria rupestre e estaria até hoje a luz de velas, pois eu não me imagino “descobrindo a eletricidade” ou ainda desenvolvendo técnicas de melhoria arquitetônica, seja em pedra, areia ou o que for. 
Foi ali pela primeira vez que eu de fato intuí e constatei que a tecnologia material que tem nos escravizado desde a queda do Egito e hoje ainda nos escraviza, não é de origem humana.









Infelizmente, no dia em que fui levado a conhecer as cavernas e cidades subterrâneas, onde dizem os turcos: “seres humanos” habitavam durante longos tempos de guerra, não contava com um bom flash para a câmera que tinha. Portanto as fotos saíram escuras, algumas completamente inúteis. 











Mas o que devo dizer é que, as cavernas da capadócia são sim grandes cidades subterrâneas, que contavam com mais de oito diferentes andares de cima abaixo, podiam abrigar até mais de 10 mil pessoas sem necessidade alguma de contato com o mundo externo. Havia lugar para os animais serem alimentados. As cidades possuíam lojas de alimentos, cozinhas, estábulos, igrejas, prensas de vinho e azeite, poços de ventilação, poços de água e uma escola religiosa.








As partes liberadas a visita turística não chegam a 10 por cento da realidade daqueles subterrâneos, que tem ligações com outras cidades através de túneis com mais de 20 quilômetros de distância. 


Aquilo me impressionou tanto, que naturalmente fui posto em contato com as teorias sobre a “terra oca”, os povos intra-terrenos evoluídos que estão no centro da terra e cuidam de parte da energia sagrada do planeta.

A história oficial nos afirma que graças a essa habilidade dos hititas e demais povos que dominaram aquela região e aprenderam a viver debaixo da terra, muitas guerras foram vencidas “por W.O”, ou seja: Os inimigos simplesmente encontravam “cidades-fantasmas” abandonadas sem pessoas que pudessem ameaçar e matar. Cristãos foram salvos de grandes massacres graças a esse singular talento de adaptar-se aos subterrâneos. Os monges que aquela região habitavam era especialistas nessa adaptação de trocar a superfície pelas cavernas e usar essa realidade como parte de sua dieta de “martírio” e “sacrifício”.












De todas as pessoas que conheci, a mais impressionante foi um senhor que tinha uma modesta barraca de vender diferentes tipos de chá. Passei aproximadamente duas horas com ele em seu agradável estabelecimento, onde fui apresentado a um famoso poeta turco, que recitou poemas em sua língua, em troca de eu recitar os meus em português.

Sem dúvida que os cenários do interior da Turquia, foram dos locais mais mágicos e belos que visitei em minha vida.




Ali em Capadócia, compreendi perfeitamente quem afinal era o tal "dragão" que São Jorge havia matado e que eu sempre me questionava se havia existido, em meus tempos de catecismo. Ali compreendi o porque a Igreja Católica Romana não Aceita, nem beatifica, nem reconhece São Jorge como um Santo e sobre isso não falam nada. 


Considero que pela primeira vez, entrei em contato com a realidade de seres reptilianos que se infiltraram no DNA da humanidade e estão camuflados até hoje entre nós, em nossa elite aristocrática e monárquica, como “seres humanos”, sendo que em verdade são híbridos de seres humanos e outras raças que habitaram o planeta. 

O próprio general e imperador Júlio Cézar foi conhecido em sua época e é reconhecido até hoje por historiadores sérios, como: “sobrinho e herdeiro direto da deusa Afrodite” e quem conhece a história e biografia de Julio Cézar,  estranha a sorte e ousadia desse brilhante general, que precisou ser morto por seus “amigos” e correligionários, para ser freado em sua ambição por poder e glória e para que a república fosse salva.

De fato o que a verdadeira história do planeta terra nos conta, seja através de livros sagrados como a “bíblia” ou através de pesquisadores que ousaram aceitar a marginalização e ridicularização da comunidade científica é que:
“Os deuses" quando viram as fêmeas humanas, ficaram por demais impressionados com a beleza dessas e assim as possuíram tendo filhos com elas e criando essa elite de seres híbridos de humanos com outras raças, Elite essa que ficou conhecida como “Os filhos dos Deuses”.Essa linhagem sanguínea diferenciada do DNA da raça humana está hoje entre os seres que conhecemos como as “Famílias Reais” e nas aristocracias que estão logo abaixo dessa na pirâmide de manipulação social. 

O mundo social em forma de pirâmide foi uma criação genial desses “Deuses” (e seres de outras raças que disputam a nossa escravidão e domínio) após o afundamento de Atlântida e início do império egípcio. Não é natural uma sociedade em forma de pirâmide, já que a própria forma de nosso planeta é esférica e circular. Tudo isso foi criado pela psicologia sanguinária de seres altamente evoluídos psiquicamente e que escolheram não evoluir mais, pois com o conhecimento que tem, são livres pelo universo.   

O futuro de nossa raça e de nossa sociedade tende a sair do formato pirâmide e migrar para harmonia circular.  Assim, nos próximo cem ou duzentos anos, acabaremos com a divisão de classes e todas as mentiras que fragmentam, manipulam e separam os seres humanos de um conceito de verdadeira irmandade e família.

Recomendo a todos que visitem a Capadócia e realizem suas próprias pesquisas e estudos a respeito da verdadeira história da raça humana e do planeta terra. Mais que fazer pesquisas, busquem conhecer vocês mesmos, acessar os registros akáshicos, onde toda a verdade está catalogada e pode ser acessada.

Que deus abençoe o conhecimento e a sensibilidade de todos.

Namastê
Ruy Mendes – junho 2011.










sábado, 21 de maio de 2011

Crônicas de Uma Revolução Pacífica Que Mudará o Mundo –


 – Movimento 15M e Os Rebeldes de Espanha 2011


Ao subir á famosa “rambla” em direção a praça central conhecida como Catulunya, um aperto em meu coração se fez presente e meus olhos marejaram. Algo mais forte dentro de mim me atraía até as massas. "Logo eu" que sempre fui contra a mentalidade de rebanho e sempre afirmo que o senso comum está errado, ou ainda que “muitas pessoas concordando sobre o mesmo assunto é sinal de insanidade”. Mas dessa vez, Dessa vez eu estava errado e eles certos e ao perceber isso uma lágrima rolou por minhas pálpebras e escorreu pelas bochechas.



Eu estava testemunhando o despertar da humanidade contra seus escravizadores (Como tanto queria)

Aquelas pessoas juntas, como eu há alguns anos atrás sozinho, estavam compreendendo a armadilha do sistema e o que é o capitalismo que sustentamos.







A Maioria jovens estudantes tomando cerveja, compartindo lanche, fumando, sentados, tocando violão, cantando, alguns mais alterados que outros. Alguns ali com se fosse uma grande festa, simplesmente seguindo a massa. Mas de fato orientados por cabeças pensantes que hoje estão dentro das universidades e nos movimentos sociais. Havia uma ameaça de despejo dos estudantes por parte das autoridades, que através de uma imprensa golpista e interessada, deram o “ultimatum” de abandonar o local até a meia-noite de ontem e eu, graças a minhas heranças de vidas passadas recheadas de terror e medo, tinha receio de um banho de sangue, como recado claro das elites a respeito de seus planos para o futuro da humanidade.

Graças a deus eu estava errado. Hoje pela manhã ao consultar os periódicos, eles haviam vencido e a polícia decidiu não fazer nada. Os anos de guerra civil em Espanha (de 1936 a 1939 e depois a 2ª guerra em 1942) ensinaram o povo espanhol a ser civilizado e respeitar a vontade das massas. 






Certamente que dentro das corporações policiais existem simpatizantes dos movimentos e por detrás de cada farda, existem seres humanos que não querem se tornar assassinos simplesmente por ser o corpo de segurança das Elites. Apesar do clima de festa e algazarra, o acampamento na praça catalunya estava bem orientado e bem organizado. 












Em homenagem aos países que mais sofrem ou sofreram com o governo capitalista mundial de banqueiros pró-sionistas, o local estava dividido e orientado em três principais zonas chamadas: “Tahmir”, “Islândia” e “Palestina”. Em cada parte dessas zonas e “Ilhas” feitas na praça, pessoas organizadas discursando e buscando formas de se criar um novo sistema mais justo para todos.








Milhares de cartazes expressando revolta contra paraísos fiscais, contra os bancos. Pedindo e exigindo uma democracia de verdade ("Democracia Real Yá"). 




Textos de José Saramago sobre a mentira da democracia. Frases de Martin Luther King. Barracas, colchões, tendas improvisadas. Grandes cozinhas para a distribuição de alimentos. 


A resistência esta formada. Eles não arredarão o pé da praça até que as elites paguem pela “crise” que eles afirmam não ser “crise”, mas a essência do capitalismo que querem destruir e estão destruindo.





“A geração #” Assim é chamada graças ao suporte que as redes sociais promoveram para a comunicação e divulgação da situação da revolução em cada estado de Espanha. Em algumas cidades são centenas (300, 600, 500) acampados, em outras, são milhares (8 mil pessoas na praça catalunya essa noite e na Porta do Sol em Madrid havia ainda mais), isso sem contar os curiosos, turistas, simpatizantes, xeretas e outros transeuntes que ali param, querem compreender o que passa, doam assinaturas, participam, sorriem e se emocionam, dão palpites, se sentem vivos e úteis.

Ontem pela tarde pude testemunhar a discussão de jovens sobre “O que fazer” quando a polícia viesse pela noite, uma parte vestido de polícia, a outra fazia o povo. Um verdadeiro exercício de psico-drama para trabalhar o medo e transcender a causa. Alguns queriam bailar, outros acreditavam que deveriam estar todos nus. O medo era real, mas não maior que a alegria, a união e a fé em dias melhores.




















“Por incrível que pareça, queremos apenas viver”. “Já Não nos controlam”, “Paraísos Fiscais Indecentes” entre outros dizeres em idioma espanhol, catalão e inglês, recheavam o solo e as árvores da praça.
































































Curioso: Toda Manifestação é assistida por um imenso outdoor da multinacional Hyundai, (e ao lado o símbolo da nike, um dos maiores ícones do capitalismo) onde um gorila segurando seu filhote debaixo dos dizeres em catalão: “Te arriscas a pensar que as Feras Não Amam”, “Uma outra forma de sentir e pensar é possível”.


Quanta ironia, pensei, o outdoor de uma multinacional coreana de automóveis (e da nike, uma das empresas que mais escraviza asiáticos no mundo), que escraviza pessoas em fábricas, fazendo ás vezes de cenário de fundo de uma revolução popular moderna e pacífica, onde a inteligência e o conhecimento são munições e armas mais poderosas que chumbo, gás lacrimogênio e balas de borracha.












Eu poderia fazer milhões de paralelos com cada sentimento que passa dentro de mim, com o conhecimento que tenho de história e as coisas que tenho testemunhado nos últimos 3 dias. Mas minha emoção não permite que eu escreva sem estar alterado. Minhas mãos tremem, meu coração transborda. Meus olhos lacrimejam e meu peito chora.

Minha maior alegria é estar aqui compartindo esses momentos com outros seres humanos que não me conhecem, jamais me leram ou me escutaram, mas me compreendem e compartilham de minhas causas.

Minha maior tristeza, acompanhar os principais e maiores órgãos de imprensa de meu país, não dizerem absolutamente NADA! Os perfis da Folha de São Paulo, do Jornal o Globo e da famigerada revista Veja no twitter, não tocam no Assunto. 





Deixam mais que claro que trabalham para os interesses pró sionistas de banqueiros e multinacionais que querem escravizar a raça humana e diminuir a população global em pelo menos um terço. 


Não bastando isso, no bate papo do facebook, encontro um amigo brasileiro, carioca, dono de restaurante em Madrid, o Kiko, pessoa que eu estimo e respeito muito. 

O kiko está chateado com tudo isso, por que graças aos “panelaços” as pessoas não conseguem dormir e o movimento do restaurante dele, talvez tenha diminuído. 

Oras Kiko! A raça humana despertando da escravidão e o Você de olho na caixa registradora de seu bar? E ainda vem me dizer para eu acompanhar o trabalho do Ricardo Gama, carioca que é o maior desafeto do governador do estado do rio e que acaba de tomar 5 tiros, por lutar por justiça igual as pessoas aqui tem feito, (diga-se de passagem de maneira muito mais eficiente e inteligente que o pobre e desesperado Ricardo que mais parece amar o piquete e o sensacionalismo que a solução dos problemas da sociedade e o respeito ao próximo). 

Quanta loucura, quanta indiferença que provam apenas que o capitalismo é uma ilusão que afeta as pessoas em forma de enfermidade, mas eu continuo respeitando e amando meu amigo, que parece realmente não ter compreendido e desfrutado a vida além do balcão em que todos os dias, duro e forte trabalha. 


Espero que uma sensibilidade maior possua o coração do Kiko e abra seus chakras, assim como dos banqueiros elitistas, responsáveis pela morte, pela fome e pela guerra em nosso mundo.

Abaixo de tudo, estou postando a todos o brilhante e emocionante texto de José Saramago Sobre "Democracia". É longo, mas vale a pena Ler.

Obrigado a todos meus leitores e amigos que acompanham o blog e permitam que eu possa dividir com vocês esses momentos importantes de minha vida e da evolução da raça humana. Obrigado Amigos e companheiros de luta.

Avante Espanha! A Revolução está Armada! Somos a raça humana! Somos a Liberdade! Somos A Verdade do Amor e das Inspirações de uma sociedade justa, pacífica, lúcida e benemérita para todos, e não somente para privilegiados.

Que Deus Abençoe acompreensão de todos:

Namastê,
Ruy Mendes, “do front”: Maio de 2011.




 Texto de José Saramago “Da Justiça à Democracia, passando pelos sinos”
Texto lido polo prémio Nobel portugués José Saramago na clausura do II Foro Social Mundial

Começarei por vos contar em brevíssimas palavras um facto notável da vida camponesa ocorrido numa aldeia dos arredores de Florença há mais de quatrocentos anos. Permito-me pedir toda a vossa atenção para este importante acontecimento histórico porque, ao contrário do que é corrente, a lição moral extraível do episódio não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-á ao rosto não tarda.
Estavam os habitantes nas suas casas ou a trabalhar nos cultivos, entregue cada um aos seus afazeres e cuidados, quando de súbito se ouviu soar o sino da igreja. Naqueles piedosos tempos (estamos a falar de algo sucedido no século XVI) os sinos tocavam várias vezes ao longo do dia, e por esse lado não deveria haver motivo de estranheza, porém aquele sino dobrava melancolicamente a finados, e isso, sim, era surpreendente, uma vez que não constava que aldeia se encontrasse em vias de passamento. Saíram portanto as mulheres à rua, juntaram-se as crianças, deixaram os homens as lavouras e os mesteres, e em pouco tempo estavam todos reunidos no adro da igreja, à espera de que lhes dissessem a quem deveriam chorar. O sino ainda tocou por alguns minutos mais, finalmente calou-se. Instantes depois a porta a porta abria-se e um camponês aparecia no limiar. Ora, não sendo este o homem encarregado de tocar habitualmente o sino, compreende-se que os vizinhos lhe tenham perguntado onde se encontrava o sineiro e quem era o morto. "O sineiro não está aqui, eu é que toquei o sino", foi a resposta do camponês. "Mas então não morreu ninguém?", tomaram os vizinhos, e o camponês respondeu: "Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei a finados pela Justiça porque a Justiça está morta."
Que acontecera? Acontecera que o ganancioso senhor do lugar (algum conde ou marquês sem escrúpulos) andava desde há tempos a mudar de sítio os marcos das estremas das suas terras, metendo-se para dentro da pequena parcela do camponês, mais e mais reduzida a cada avançada. O lesado tinha começado por protestar e reclamar, depois implorou compaixão, e finalmente resolveu queixar-se às autoridades e acolher-se à protecção da justiça. Tudo sem resultado, a expoliação continuou. Então, desesperado, decidiu anunciar urbi et orbi (uma aldeia tem exacto tamanho do mundo para quem sempre nela viveu) a morte da Justiça. Talvez pensasse que o seu gesto de exaltada indignação lograria comover e pôr a tocar todos os sinos do universo, sem diferença de raças, credos e costumes, que todos eles, sem excepção, o acompanhariam no dobre a finados pela morte da Justiça, e não se calariam até que ela fosse ressucitada. Um clamor tal, voando de casa em casa, de aldeia em aldeia, de cidade em cidade, saltando por cima das fronteiras, lançando pontes sonoras sobre os rios e os mares, por força haveria de acordar o mundo adormecido ... Não sei o que sucedeu depois, não sei se o braço popular foi ajudar o camponês a repor as estremas nos seus sítios, ou se os vizinhos, uma vez que a Justiça havia sido declarada defunta, regressaram resignados, de cabeça baixa e alma sucumbida, à triste vida de todos os dias. É bem certo que a História nunca nos conta tudo...
Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, uma campânula de bronze inerte, depois de tanto haver dobrado pela morte de seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou a ouvir-se aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a Justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante em que vos falo, longe ou aqui ao lado, à porta da nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tinham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da Justiça todos temos o direito de esperar: justiça, simplesmente justiça. Não a que se envolve em túnicas de teatro e nos confunde com flores de vã retórica judicialista, não a que permitiu que lhe vendassem os olhos e viciassem os pesos da balança, não a da espada que sempre corta mais para um lado que para o outro, mas uma justiça pedestre, uma justiça companheira quotidiana dos homens, uma justiça para quem o justo seria o mais exacto e rigoroso sinônimo do ético, uma justiça que chegasse a ser tão indispensável à felicidade do espírito como indispensável a vida e o alimento do corpo. Uma justiça exercida pelos tribunais, sem dúvida, sempre que a isso determinasse a lei, mas também, e sobretudo, uma justiça que fosse a emanação espontânea da própria sociedade em acção, uma justiça em que se manifestasse, como um imperativo moral, o respeito pelo direito a ser que a cada ser humano assiste. Mas os sinos, felizmente, não tocavam apenas para planger aqueles que morriam. Tocavam também para assinalar as horas do dia e da noite, para chamar à festa ou à devoção dos crentes, e houve um tempo, não tão distante assim, em que o seu toque a rebate era o que convocava o povo para acudir às catástrofes, às cheias e aos incêndios, aos desastres, a qualquer perigo que ameaçasse a comunidade. Hoje, o papel social dos sinos encontra-se limitado ao cumprimento das obrigações rituais e o gesto iluminado do camponês de Florença seria visto como obra desatinada de um louco ou, pior ainda, como simples caso de polícia. Outros e diferentes são os sinos que hoje defendem e afirmam a possibilidade, enfim, da implantação no mundo daquela justiça companheira dos homens, daquela justiça que é condição da felicidade do espírito e até, por mais surpreendente que possa parecer-nos, condição do próprio alimento do corpo. Houvesse essa justiça, e nem um só ser humano mais morreria de fome ou de tantas doenças que são curáveis para uns, mas não para outros. Houvesse essa justiça, e a existência não seria, para mais de metade da humanidade, a condenação terrível que objectivamente tem sido. Esses sinos novos cuja voz se vem espalhando, cada vez mais forte, por todo o mundo são os múltiplos movimentos de resistência e acção social que pugnam pelo estabelecimento de uma nova justiça distributiva e comutativa que todos os seres humanos possam chegar a reconhecer como intrinsecamente sua, uma justiça protectora da liberdade e do direito, não de nenhuma de suas negações. Tenho dito que para essa justiça dispomos já de um código de aplicação prática ao alcance de qualquer compreensão, e que esse código se encontra consignado desde há cinquenta anos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, aquelas trinta direitos básicos e essenciais de que hoje só vagamente se fala, quando não sistematicamente se silencia, mais desprezados e conspurcados nestes dias do que o foram, há quatrocentos anos, a propriedade e a liberdade do camponês de Florença. E também tenha dito que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, tal qual se encontra redigida, e sem necessidade de lhe alterar sequer uma vírgula, poderia substituir com vantagem, no que respeita a rectidão de princípios e clareza de objectivos, os programas de todos os partidos políticos do orbe, nomeadamente os da denominada esquerda, anquilosados em fórmulas caducas, alheios ou impotentes para enfrentar as realidades brutais do mundo actual, fechando os olhos às já evidentes e temíveis ameaças que o futuro está a preparar contra aquela dignidade racional e sensível que imaginávamos ser a suprema aspiração dos seres humanos. Acrescentarei que as mesmas razões que me levam a referir-se nestes termos aos partidos políticos em geral, as aplico por igual aos sindicatos locais, e, em consequência, ao movimento sindical internacional no seu conjunto. De um modo consciente ou inconsciente, o dócil e burocratizado sindicalismo que hoje nos resta é, em grande parte, responsável pelo adormecimento social decorrente do processo de globalização econômica em curso. Não me alegra dizê-lo, mas não poderia calá-lo. E, ainda, se me autorizam a acrescentar algo da minha lavra particular às fábulas de La Fontaine, então direi que, se não interviermos a tempo, isto é, já, o rato dos direitos humanos acabará por ser implacavelmente devorado pelo gato da globalização econômica.
E a democracia, esse milenário invento de uns atenienses ingênuos para quem ela significaria, nas circunstâncias sociais e políticas específicas do tempo, e segundo a expressão consagrada, um governo do povo, pelo povo e para o povo? Ouço muitas vezes argumentar a pessoas sinceras, de boa fé comprovada, e a outras que essa aparência de benignidade têm interesse em simular, que, sendo embora uma evidência indesmentível o estado de catástrofe em que se encontra a maior parte do planeta, será precisamente no quadro de um sistema democrático geral que mais probabilidades teremos de chegar à consecução plena ou ao menos satisfatória dos direitos humanos. Nada mais certo, sob condição de que fosse efectivamente democrático o sistema de governo e de gestão da sociedade a que actualmente vimos chamando democracia. E não o é. É verdade que podemos votar, é verdade que podemos, por delegação da partícula de soberania que se nos reconhece como cidadãos eleitores e normalmente por via partidária, escolher os nossos representantes no parlamento, é verdade, enfim, que da relevância numérica de tais representações e das combinações políticas que a necessidade de uma maioria vier a impor sempre resultará um governo. Tudo isso é verdade, mais é igualmente verdade que a possibilidade de acção democrática começa e acaba aí. O eleitor poderá tirar do poder um governo que não lhe agrade e pôr outro no seu lugar, que o seu voto não teve, não tem, nem nunca terá qualquer efeito visível sobre a única e real força que governa o mundo, e portanto o seu país e a sua pessoa: refiro-me, obviamente, ao poder económico, em particular à parte dele, sempre em aumento, gerida pelas empresas multinacionais de acordo com estratégias de domínio que nada têm que ver com aquele bem comum a que, por definição, a democracia aspira. Todos sabemos que é assim, e contudo, por uma espécie de automatismo verbal e mental que não nos deixa ver a nudez crua dos factos, continuamos a falar de democracia como se se tratasse de algo vivo e actuante, quando dela pouco mais nos resta que um conjunto de formas ritualizadas, os inócuos passes e os gestos de uma espécie de missa laica. E não nos apercebemos, como se para isso não bastasse ter olhos, de que os nossos governos, esses que para o bem ou para o mal elegemos e de que somos portando os primeiros responsáveis, se vão tomando cada vez mais em meros ?comissários políticos? do poder económico, com objectiva missão de produzirem as leis que a esse poder conviverem, para depois, envolvidas nos açúcares da publicidade oficial e particular interessada, serem introduzidas no mercado social sem suscitar demasiados protestos, salvo os certas conhecidas minorias eternamente descontentes.
Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos tome demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e poder económico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.
Não tenho mais que dizer. Ou sim, apenas uma palavra para pedir um instante de silêncio. O camponês de Florença acaba de subir uma vez mais à torre da igreja, o sino vai tocar. Ouçamo-lo, por favor.

José Saramago.







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